O tigre ruge

Fevereiro marca o início do novo ano lunar chinês, que em 2022 será o do tigre – símbolo de força, coragem e poder. Para os chineses, a data é uma das mais importantes, senão a maior. Muita festa e celebração entre família e amigos. E muitas vendas também, pondo a barra do volume de negócios lá em cima.

Mais do que nunca, marcas de luxo capricharam para celebrar a chegada do tigre, criando coleções ou ações especiais para a data. Normal isso. Afinal, a China foi responsável por 21% do mercado global de luxo no ano passado, segundo Statista.

Prada – além de peças em edição limitada, cuja campanha é estrelada pelo cantor Li Yifeng e atriz Chun Xia em fotos e vídeo de Liu Song – convida alunos de arte de todo o mundo para que criem sua própria interpretação do tigre no projeto Action in the Year of the Tiger. E mais: fez uma doação ao programa “Walking with Tiger and Leopard”, da China Green Foundation.

Prada escolheu o cantor Li Yifeng e a atriz Chun Xia para estrelar a campanha da coleção cápsula para o ano novo chinês, em fotos e vídeo por Liu Song

Louis Vuitton chamou Roman Copolla para dirigir um filme com a embaixadora da marca, a atriz Zhou Dongyu. Salvatore Ferragamo convidou os artistas Sun Yuan e Peng Yu para criar, a partir de tradicionais elementos da cultura chinesa, motivos que estampam itens de sua coleção cápsula.

Uma onda de vermelho, ouro, laranja e preto mais estampas, imagens e desenhos inspirados no tigre e na rica cultura chinesa surgiram em fashion houses como Fendi, Marni, Valentino, Balenciaga, Gucci, Dior e Burberry.

Até Zara decidiu, pela primeira vez, celebrar a data com uma coleção da designer Susan Fang, que criou peças em edição limitada para mulheres, homens e crianças.

Coleção Susan Fang X Zara: primeiro movimento do grupo espanhol para a data

O interesse das marcas em atender os desejos dos asiáticos permanecerá firme e forte, tal como o tigre. A demanda tende a crescer acompanhando maior interesse de jovens por peças que mesclam exclusividade e street fashion, como as de Gucci, Balenciaga e Vuitton. Na China, 31% dos consumidores de luxo têm entre 26 e 31 anos.

É um cenário promissor, mas nem por isso menos desafiante, que em 2021 gerou uma receita de US$ 111.540 bilhões*. Para se ter uma ideia da importância desta região para as fashion houses, mais de um terço da receita global do grupo LVMH vem de lá, sendo que moda e artigos de couro respondem por mais da metade desta porcentagem. Fica fácil entender por que as principais marcas do segmento vêm escolhendo, cada vez mais, celebridades chinesas e sulcoreanas – em especial, atores, atrizes, grupos musicais e cantores – para serem seus embaixadores globais.

*Dados de mercado: Statista

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