God save the Queen

Vivienne Westwood completa 80 anos hoje, com cinco décadas dedicadas à moda. Visionária, provocadora, ativista, Vivienne é a verdadeira rainha da moda e dispensa grandes apresentações.

Abandonou a vida de professora primária ao abrir uma loja, em 1971, com o namorado Malcolm McLaren, a Let it rock, no número 430 da King’s Road.

Vivienne Westwood

Tanto o estilo das roupas à venda como o nome da própria loja – que foi mudando ao longo do tempo – traduziam a inquietude da estilista que começou criando peças no estilo Teddy Boy, passou por looks motociclistas com muito couro e zíperes até chegar a uma fase anti establishment, produzindo camisetas com frases provocativas e peças feitas em borracha com pegada fetichista, algo diferente de tudo o que o se via na cena londrina. Suas criações para o grupo Sex Pistols, gerenciado por McLaren, fizeram com que a mídia criasse o termo “punk rock” e jogasse os holofotes sobre Vivienne, levando sua proposta a ser absorvida pelo mainstream.

Estar alinhada aos padrões estava fora de cogitação para Vivienne. Por isso, nos anos 80, ela buscou inspiração na história, trabalhando sobre shapes de séculos passados e temas não convencionais como corsários ingleses, grupos nativos, bruxas e mundos distópicos. Depois mergulhou nos elementos da upper class e da realiza britânicas, usando e abusando de seus signos, que mais tarde se somariam aos da estética real francesa dos séculos 17 e 18.

Um novo século começa e Vivienne intensifica seu lado ativista. Deixa o aspecto histórico de lado, aposta mais em propostas sem gênero, investe na técnica e nas peculiaridades das matérias primas. Coloca suas criações a serviço do combate à emergência climática. “Eu sou uma fashion designer e ativista. Uso a moda como um veículo de combate à mudança climática e à extinção em massa da vida na Terra”, afirma no site de sua marca. Lança o manifesto Save the World (Salve o Mundo) e um jogo de cartas, imagens abaixo, que expõe as mazelas do mundo atual.

E para celebrar seus 80, Vivienne não deixou por menos: criou o filme Do Not Buy a Bomb (Não Compre uma Bomba) – exibido no tradicional painel de anúncios em Picadilly Circus – em apoio ao Movimento Contra o Comércio de Armas. Longa vida à Rainha!

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