O próximo dia 29 é o dia do batom. E a indústria vai ter o que comemorar. O batom foi o item que teve o maior crescimento no mercado mundial de beleza em 2016 – 13,6%, 1.5 bilhão de unidades vendidas. A propósito, maquiagem foi a categoria com o melhor desempenho pelo quarto período consecutivo, com um incremento de 8,4%, em um mercado que movimentou, em 2016, 205 bilhões de euros, 4% a mais que no ano anterior*.
A justificativa para os bons resultados, segundo profissionais do setor, está na Geração Selfie e no maior engajamento às redes sociais, que levam consumidores a se preocuparem mais com o visual. Pode fazer sentido.
Mas, a verdade é que, para o segmento de make-up chegar onde hoje está, um empurrãozinho de Hollywood na primeira metade do século 20 foi fundamental. A origem do mercado de maquiagem deve muito à indústria do cinema e suas divas – bombshells, goddesses, starlets, sex symbols.
Make para todas
A glamourização do stardom, aliada à progressiva transformação dos costumes, ajudou a quebrar o tabu no uso da maquiagem (até o final da primeira década do século passado, maquiagem era algo restrito ao palco e às mulheres, digamos assim, de moral duvidosa) e a popularizar o make-up.
Nas primeiras décadas do século passado, copiar os looks de Gloria Swanson, Madge Bellamy, Clara Bow, Josephine Baker, Marlene Dietrich, Jean Harlow e Rita Hayworth, entre tantas outras, era algo incentivado por Hollywood como forma de divulgar seus filmes e todo o seu sistema, fazendo a roda girar e crescer.
Max Factor, russo que chegou a Los Angeles em 1904, foi o grande criador da estética hollywoodiana. E não só. Ele, que havia trabalhado com o balé russo e sido cosmetólogo da família Romanov, praticamente inventou a categoria nos Estados Unidos, desenvolvendo, produzindo e fornecendo produtos para a indústria do cinema, inicialmente.
Foi ele que criou a expressão make-up como sinônimo de maquiagem. Também foi um dos primeiros a vender maquiagem para o consumidor comum e a ter estrelas na publicidade de seus produtos. Uma verdadeira revolução que abriu caminho para muitos outros, como Elizabeth Arden, Helena Rubinstein e Estée Lauder.